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Mostrando postagens de 2013

Olhos Parados - Capitulo 18

A tarde chegou inaugurando o parque das surpresas. O sol tingia o céu de um amarelo-avermelhado tão especial que atraía a atenção de todos. Era uma luz diferente que se derramava pelo cenário. Fim de tarde de sábado.     Ele chegou no bar onde havia marcado o encontro. As mesinhas do lado de fora estavam pintadas com todo aquele colorido e tudo parecia programado, preparado para a cena. Os pensamentos passavam pela cabeça do José Carlos enquanto ele olhava e conferia se ela ainda não havia chegado.   Do outro lado da rua pôde vê-la chegando. Ela, ao vê-lo, abriu um sorriso lindo. E a tarde brilhou mais ainda dentro dele. Clio atravessou a rua e os seus olhos irradiavam encanto. Abraçou-o com uma ternura inédita. Havia algo de diferente nela. Então ele lembrou que já chegara a semana em que ela iria defender a tese. Aquela alegria transbordante era prenúncio de notícias agradáveis.     Os dois escolheram uma das mesas, sentaram-se e pediram dois chopes ao garçom. Logo que começaram a

Olhos Parados - Capítulo 17

                                                                              17      Quanto mais o rosto dele ia se transformando, a sensação que ela experimentava era de reconhecimento e familiaridade. Dias se passaram desde que aquela metamorfose começara. Cada vez havia menos gente por ali. A vigilância, pelo que ela percebia, estava ficando mais relaxada. Já não davam tanta importância para ele.      Havia uma nova mania nacional. A principal rede de televisão do país lançara um “reality show”. Um grupo de pessoas era colocado em uma casa, e jogos e situações eram montadas para testar a resistência dos que ali participavam. O vencedor do jogo seria o último a permanecer na casa. O povo acompanhava as intrigas e a intimidade dos moradores da casa. A cada semana, um era excluído através do voto dos outros e dos telespectadores, que se manifestavam por telefonemas e mensagens eletrônicas. Montagens criadas pela direção do programa eram colocadas no ar e as pessoas tinham a ilusão

Olhos Parados - Capítulo 16

                                                                    16      A janela do quartinho abrindo-se, emoldurou a pintura daquele sábado de céu azul. Os pássaros, em bando, dançavam, presenteando o olhar do Zé Carlos. A natureza resolvera caprichar. Buscou suas melhores tintas e seus mais requintados movimentos para festejar os dezoito anos dele.     Chegou o dia! D. Eunice estranhou que desta vez o garoto não quisesse nenhuma festinha. E logo aos 18 anos!? Afinal, ele sempre reunia o pessoal, ela fazia o bolo, tocavam violão e toda aquela farra... Mas desta vez nada disso. Ele apenas disse que iria sair à tarde. Era a "tal da tese da professora." O pai e a mãe costumavam comentar sobre o interesse do garoto pela matéria e pela Clio. D. Eunice chegou a conversar várias vezes com ela. Achava-a muito simpática. Mas o negócio parecia sério mesmo. Ele estava muito mudado. Sair no dia do aniversário, não reunir os amigos, eram coisas nunca vistas. Dava até para preocu

Olhos Parados Capítulo 15

                                                                         15     Cada vez mais a sensação de abandono aumentava. Ela continuava recebendo as mesmas instruções. O número de pessoas naquele local ia diminuindo a cada dia, falava-se em desativação da base.      Ela, em seu silêncio e em sua aparente indiferença, recolhia todas as informações e murmúrios que transitavam pelos corredores. Tinha uma missão: tirá-lo dali. E isso, enquanto houvesse tempo, pois pressentia que a qualquer momento dariam um jeito de desaparecer com ele. Era meticulosa em cada um dos seus movimentos. Não podia perder a confiança deles e no entanto tinha que conferir todos os detalhes dos medicamentos que lhe mandavam e do aposento onde ele estava internado. Os relatórios que enviava para eles também seguiam a mesma cautela. Ela não podia perder o controle da situação. O fato é que talvez eles estivessem contando com que ele morresse logo, mas não foi o que aconteceu. A doença era nova

Olhos Parados Capítulo 14

                                            Olhos Parados  - Capítulo 14          Quantos pensamentos, quantas ideias já haviam corrido o mundo!      Ali, nos livros, José Carlos se expandia, ora ficando perplexo, ora maravilhado. Mas sempre mobilizado.        O mundo era grande e por ele já haviam passado grandes homens. Mas o mundo não era único. Os homens o haviam criado e recriado muitas vezes. Eram muitos os mundos. Alguns em plena guerra. Uns explorando outros, roubando-lhes a seiva, deixando-os muitas vezes em total estado de miséria para a maioria de sua população. O planeta vinha sendo por demais dividido e o homem, pela ganância que atravessava a História, tornara-se um dos piores predadores.         Esses conceitos iam aos poucos sendo assimilados pelo jovem. Ele olhava para os lados e via o Morro da Cachaça, com todas as suas carências. Via a dureza da vida de todos ali. Havia um desconcerto muito grande.          O menino já não era o mesmo, tornava-se um d

opera dies

trabalho dos olhos dos ossos dos sonhos. trabalho diário pulsando coração que bate à porta da vida exercício de todo dia oficina que não fecha. ferramentas instrumentos afinando, preparando, assim continua e sempre recomeça. 17/08/2013

rastros

os poetas serão esquecidos mas os seus poemas feito sementes que um dia floriram pelos caminhos deixarão um perfume nas estradas para que os homens que seguem sozinhos nunca se esqueçam das suas paisagens.                           sylvio 27/03/2011

brisa

árvore poema no outono da paisagem folhas de haicai

: ...

abrir para o caminho a estrada das palavras: passos pelas páginas...          sylvio 26/01/2011

A pena do poeta

o poeta com a pena faz de suas penas asas no voo de seus poemas...  

Alberto Santos Dumont (site da Fundação S. Dumont)

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Alberto Santos Dumont Olhando o vôo dos pássaros a humanidade sonhou conquistar o céu. O desejo de voar foi expresso nas lendas dos homens. Santos Dumont realizou esse desejo, conquistou o ar. Carinhosamente chamado de Leonardo da Vinci brasileiro, foi inventor, empreendedor, design, pacifista, lançou moda e mudou o destino dos homens. Foi justamente um brasileiro em Paris, quem deu asas à humanidade. Na Fazenda Cabangu, Minas Gerais, a 20 de julho de 1873, nasceu Alberto Santos Dumont. Durante mais de 20 anos freqüentou os salões mais importantes da Europa. Era conhecido internacionalmente. Executou o primeiro vôo homologado, da história da aviação mundial. É o Pai da Aviação. Reconhecido em alguns países, é também lembrado como um dos pioneiros do balonismo. Morreu a 23 de julho de 1932, aos 59 anos. Seu pai era de Diamantina, antigo Arraial do Tejuco. Nascido a 20 de julho de 1832, Henrique Dumont, filho de um francês, François Dumont, que veio para o Brasil p

Santos Dumont do blog da Fundação S. Dumont

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Curiosidades • O chapéu panamá amassado, imagem com a qual Santos Dumont ficou conhecido, é produto de um acaso. Em 1903, com o dirigível nº 09 durante um passeio para uma ilha, o motor apresentou um problema. Durante o passeio ele abafou o carburador, com o chapéu. Quando voltou foi fotografado com ele deformado. Fez tanto sucesso que acabou virando seu amuleto. O original do famoso chapéu panamá usado por Santos Dumont faz parte do acervo desta Fundação. Está exposto em mostra do Museu Aeronáutico, na Base Aérea, em Guarulhos/SP. • O material empregado para a construção do 14 BIS foi bambú, madeira, seda e e metal (liga com alumínio). A cesta original(nacele) e, uma réplica em tamanho natural, da época, fazem parte do acervo desta Fundação. • Em dezembro de 1903 , Alberto Santos Dumont, ofereceu um jantar em seu apartamento em Paris. Entre os convidados estavam Louis Cartier e a princesa Isabel, fiha de D. Pedro II. Na sala de jantar se depararam com uma es

De Cartas à Poesia (Caminhos de Minas)

Caminhamos juntos primeiras horas primeiros dias novo ano que desperta. Minas Gerais matas e águas cachoeiras em cachos acácias em flor. Estrelas e vaga-lumes tecendo as noites sonhos e silêncios traçando as trilhas despindo a vida. (Parque das Águas - Caxambu) sylvio costa filho  

De "Cartas à Poesia" A Curva do Rio

Finalmente nos reencontramos no meio da mata na clareira que se abre na curva d o igarapé. Sentado no galho da árvore ouço teu silêncio tua cadência de paz no murmúrio da água no canto da cigarra no pio do pássaro. Vejo tuas vestes no sol furtivo que escorrega dos galhos e desliza no rio. 1 /1/2013   Sylvio Costa Filho

Dia da Paz

|Hoje decretei 2ª feira: o dia da paz. Não só esta segunda mas todas as outras de toda a vida. Paz ao despertar paz nos passos e no olhar. Paz nas palavras e nos silêncios. Paz nas pessoas e coisas. Paz no trabalho e paz no descanso. Paz pela natureza e paz paz paz dentro de mim. segunda-feira  28-01-2013

Folha de S. Paulo - Desapropriação da "Casa da Morte"

Ditadura militar Petrópolis decide transformar 'Casa da Morte' em museu DE PETRÓPOLIS - Ofício encaminhado ontem para Rosa Cardoso, advogada e integrante da Comissão Nacional da Verdade (CNV), informou que o prefeito de Petrópolis (RJ), Paulo Mustrangi, desapropriou o imóvel conhecido como "Casa da Morte". No local podem ter sido mortos cerca de 20 guerrilheiros durante a ditadura. O objetivo é criar um museu no local. "Acho que vamos ter a sensibilidade para acolher essa recomendação tendo em vista o histórico da Casa da Morte", afirmou Rosa Cardoso durante debate sobre centros de memória em Petrópolis (RJ). Rosa disse que entregará a recomendação na próxima semana para o coordenador da comissão, Claudio Fonteles. O documento com data de 7 de dezembro foi encaminhado pelo Ministério Público Federal à CNV e anexa cópia do "Diário Oficial" com o "decreto de desapropriação". Recomenda que a CNV "adote providências junto ao

De "Cartas à Poesia" - Fingir-se -

foi Fernando a poesia em Pessoa quem disse: o poeta finge que finge e entrega sua dor vestida de esfinge sylvio 16-01-13

De "Cartas à Poesia" - Ângelus -

18 horas a vida silencia na tarde da eternidade... sylvio 16-01-13

De "Cartas à Poesia" - nOVO -

Foi entre um ponto e outro que surgiu o encontro o novo. Entre a ida e a vinda nasceu o ovo da vida. sylvio 16-01-13

De "Cartas à Poesia" - Estar. -

No ir esquecer o de onde e o para onde. Mas ver o seguir o ir o estar ali. sylvio 16-01-13

De "Cartas à Poesia" - Depois -

Ontem houve a explosão inevitável e esperada. A alma espatifou-se contra a vida e as dores acumuladas - pólvora no paiol - acenderam-se num festival fantasma. Estampidos se multiplicaram trovejar de tragédias. E tudo voou pelos ares no circo que incendiava em lavas vulcão de estrelas e lágrimas. sylvio 16-01-13

De "Cartas à Poesia"

Entre a partida e a chegada o caminho é a libertação.