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Mostrando postagens de 2017

Pássaros nos páramos

Há uma hora sempre em que os pássaros passam nos páramos e quebram a solenidade silenciosa das alturas com o rito-ritmo de suas asas. Quem por acaso ali esteja naquele momento mágico terá o segredo desvendado e a vida revelada sem véus, nua lua e linda! Depois, ao sumir dos pássaros no horizonte do mundo só restará o rastro da noite. Mas ficará para sempre na alma de quem viu a lembrança de um voo que passou... Boa noite, humanidade...

A Bela

Hoje eu vi a face da inocência vestida na perfeição da beleza esculpida pela poesia... O rosto da menina pele clara leve rubor cabelos loiros lindos olhos novos de azul vívido tocando as primeiras cenas da vida... Bom é ter olhos para ver!
Crônica de uma manhã nebulosa                 Ontem, 13 de dezembro de 20016, nos fez lembrar outro 13 de dezembro, em 1968, o dia do AI-5, que nos tirou todos os direitos constitucionais e nos lançou em um inferno de autoritarismo. E agora, a PEC 55, ou seja lá o número que queiram dar a mais essa violência...            Hoje amanheceu nebuloso, chuvoso e triste. Em meu caso, amanheceu definitivo. Não vejo mais solução para este país. Após mais de 60 anos em nome de ideais, de esperanças, de lutas, ouso afirmar que não vejo mais possibilidades e peço desculpas àqueles com quem briguei tantas vezes defendendo um Brasil justo e democrático, como se isso fosse possível.                 Ontem mesmo, passei pela cidade e vi jovens largados pelas calçadas, bebendo e rindo como se nada estivesse acontecendo, enquanto que suas vidas estavam sendo comprometidas pelos próximos vinte anos. Vi o povo não entendendo absolutamente o que se passava e achando estranho o movimento dos poucos que,

As Mãos e a Sina

As Mãos e a Sina Se as mãos que fazem as máquinas funcionarem calassem os seus movimentos, Se as mãos que fazem as paredes evoluírem estancassem seus precisos gestos, Se as mãos que cavam, que ceifam, que carregam, as mãos que cortam, que cansam, que suam, se elas, essas mãos, marcadas e maltratadas, parassem e pensassem seu destino... Se essas mesmas mãos se recusassem a limpar o lixo de outras mãos alheias que só têm feito esparramar sujeiras... Se as mãos que entregam todas as manhãs seus pulsos para a vida encarcerada das algemas, essas mãos, que ainda e apesar de tudo, empurram, puxam, levantam, seguram, dirigem, lavam, descascam, essas mãos que se penduram nos ônibus, nos trens, nos caminhões, nos tanques, nas pias, e que, às vezes, embalam os filhos de outros entregando-os para um sono tranquilo sem ter tempo para embalar os seus que vão aprendendo a dormir sozinhos, a sofrer sozinhos... Ah! se essas mãos se unissem!... Essas, que são as mãos dos chama