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Diário do escritor que não fui - 22 de abril de 2019

Acordo em silêncio. Do tamanho da minha idade. 64 anos. Manhã de sol no Rio de Janeiro. Pareço perceber algo que sempre esteve em mim e que só agora torna-se tão claro. Toda a minha história e suas consequentes limitações. Lembro aquela máxima "sartreana": "...o importante não é o que fizeram de nós e sim o que nós fazemos com o que fizeram de nós..." Penso no passado e nos caminhos que estavam fechados para mim e para tantos jovens que conheci. O que fizemos de nós ?  Mas havia fronteiras intransponíveis. Eis aí uma das causas do "escritor que não fui". Despertei hoje, na minha classe, na minha história, na minha geografia e na minha existência. Calo profundamente e olho para a natureza. Penso em meus semelhantes. Na viagem que consegui fazer já com mais de 50 anos. Nas viagens que não fiz. Nas vantagens que não tive. Nos mundos que sonhei. Nas realidades que enfrentei.

Nossos dias

Nossos dias Não lhes dão tempo para pensar mas lhes dão trabalho, muito trabalho. Sempre lhes deram. E um parco salário. Sempre um parco e mínimo salário. E lhes dão religiões e promessas de um outro mundo onde serão ricos e felizes ao lado dos deuses que eles inventam. Lá não existirá a miséria extrema. Nem a exploração e a tristeza que eles inventam. E lhes dão governantes ignorantes e cúmplices, capatazes estúpidos que eles inventam com o voto dos outros, o povo, que eles enganam. E enquanto eles riem assim roda essa máquina, essa trama macabra que eles engendram. sylvio 16-04-2019

Sonho

Um sonho. Das varandas, das sacadas, das soleiras, janelas e portas abertas, e sorrisos de almas que se encontram. Cédulas e celulares esquecidos. Shoppings esvaziados, largados, desérticos. Sol brilhando nos olhos. Árvores e homens na dança da paz. Vida renascida...Um sonho, só um sonho. Mas a manhã agradece em silêncio..