Diário do escritor que não fui - 22 de abril de 2019

Acordo em silêncio. Do tamanho da minha idade. 64 anos. Manhã de sol no Rio de Janeiro. Pareço perceber algo que sempre esteve em mim e que só agora torna-se tão claro. Toda a minha história e suas consequentes limitações. Lembro aquela máxima "sartreana": "...o importante não é o que fizeram de nós e sim o que nós fazemos com o que fizeram de nós..." Penso no passado e nos caminhos que estavam fechados para mim e para tantos jovens que conheci. O que fizemos de nósMas havia fronteiras intransponíveis. Eis aí uma das causas do "escritor que não fui". Despertei hoje, na minha classe, na minha história, na minha geografia e na minha existência. Calo profundamente e olho para a natureza. Penso em meus semelhantes. Na viagem que consegui fazer já com mais de 50 anos. Nas viagens que não fiz. Nas vantagens que não tive. Nos mundos que sonhei. Nas realidades que enfrentei.

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