Soneto solto no ar

Por mais longe que os longes me levem,
por mais perto do céu dos mistérios,
por abismos que em mim desabassem,
pela névoa do pó dos segredos.

E por tudo que fica distante
como o fato de ser um fantasma,
feito a folha sozinha de outono
e a chama que move os incêndios.

Pelas dores da lua e do sol,
pelo parto dos novos planetas,
pelo rio da noite e do dia

eu entrego meu sonho e meu sal
e no barco das minhas palavras
eu navego entre vento e matéria.

25-02-1988

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