"O Trombone e o Fuzil" A peça e a Casa da Morte em "O Globo"

Casa da Morte: professor monta peça para não apagar a História

Intenção foi combater versão de que local nunca existiu

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Rita e Sylvio: peça montada pelo casal pede a desapropriação da Casa da Morte e a criação de um centro para lembrar as mortes no local
Foto: O Globo / Custodio Coimbra




Pita e Sylvio: peça montada pelo casal pede a desapropriação da Casa da Morte e a criação de um centro para lembrar as mortes no local O Globo / Custodio Coimbra
RIO - — Professor, a Casa da Morte nunca existiu. Tudo isso foi uma fantasia.
A afirmação de um aluno do ensino médio de uma escola da rede pública de Petrópolis, durante uma aula de Literatura, chamou a atenção do ator e professor de Língua Portuguesa e Literatura Sylvio Costa Filho, de 57 anos. A visão do estudante não era única. Ao conversar com outros alunos, Sylvio percebeu que a versão ganhava força nas escolas do município, passando uma borracha em episódios tortuosos da ditadura — o que levou o professor a criar uma peça de teatro sobre a Casa da Morte. Hoje, ele percorre o circuito cultural da Região Serrana e escolas contando episódios dos anos de chumbo e a trajetória do aparelho montado em Petrópolis.


— Aquelas palavras do meu aluno, há uns quatro anos, chamaram atenção para o risco de fatos ocorridos na ditadura militar serem esquecidos ou deturpados. Passei a contextualizar mais os fatos e a trabalhar textos que contam a realidade vivida pelos militantes políticos na época — diz ator, que teve uma amiga que sumiu na Guerrilha do Araguaia.
As aulas deram origem à peça “O trombone e o fuzil”. O texto conta a vida de um militar que atuou no período da repressão política e hoje vê sua filha engajada na luta pelos direitos humanos e o filho alheio ao trabalho da irmã. Durante a peça, o elenco pede a desapropriação da Casa da Morte e a criação de um memorial para lembrar os que morreram lá.
— A peça faz um alerta para que a história da Casa da Morte não seja esquecida. O texto quer despertar os estudantes para o período da ditadura, muitos não sabem ou não se interessam pelos fatos que ocorreram durante os governos militares — diz a diretora e mulher de Sylvio, a atriz e arquiteta Pita Cavalcanti.
— Evitamos expor a violência, a proposta é levar a plateia a pensar — diz Sylvio.

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Comentários

Heitor Victor disse…
Vale nota para os comentários feitos para a reportagem no site do Globo. Como proliferam caras que ainda defendem a tortura. Precisaremos de ainda alguns anos para crescer...

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