Segunda-feira, 20 de Julho de 2009 SANTOS DUMONT: EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO HOJE, 20 de JULHO, ANIVERSÁRIO DE SANTOS-DUMONT Se vivo, faria 136 anos É o símbolo maior brasileiro de criatividade, de inovação tecnológica e de persistência no objetivo. "É impressionante Santos-Dumont ter sido, ao mesmo tempo, o genial inventor, o inteligente construtor dos próprios inventos surpreendentemente simples, eficientes e leves, o corajoso piloto de provas de seus artefatos futuristas inusitados e o competidor vencedor. A PRIMAZIA DO VOO AUTÔNOMO A principal conquista de Santos-Dumont foi ser o primeiro homem no mundo a voar em aparelho mais pesado que o ar utilizando unicamente os recursos do próprio aparelho, sem auxílios externos. Foi o primeiro a construir e pilotar avião que, usando apenas os meios de bordo, cumpriu todos os requisitos básicos de voo: táxi, decolagem, voo nivelado e pouso. Além disso, foi o primeiro que isso demonstrou em público. Seu voo pioneiro contou c
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recebemos este texto do Aldir Blanc, publicado no Globo em 3 de junho na Cúpula dos Povos no Aterro do Flamengo.
O texto alude episódios de torturas no país desde o do marinheiro João Cândido(mestre dos mares) que liderou a Revolta da Chibata. Patrícia e Pedro Paulo
Não sou historiador nem sociólogo. Não consultei nenhum livro para escrever o texto abaixo. Minha memória esta se movendo como estilhaços do amado caleidoscópio que perdi, menino, em Vila Isabel.
Viva a Comissão da Verdade para que nunca mais coloquem uma grávida nua sobre um tijolo, atingida por jatos d’água, com ameaça: “Se cair vai ser pior”; para que senhoras que fazem seu honrado trabalho não sejam despedaçadas por cartas bombas; para que um covarde que bote a boca de um homem torturado no escapamento de uma viatura militar não passe por homem de bem onde mora; para que orangotangos que se tornaram políticos asquerosos não babem sua raiva na internet:
“Nosso erro foi torturar demais e matar de menos”; para que presos em pânico não sofram ataques de jacarés açulados por antropóides; para que nunca mais teatros e livrarias sejam vandalizados e queimados; para que um estudante de psiquiatria não seja obrigado a passar por sentinelas de baioneta calada para ouvir um coronel médico dizer que “histeria é preguiça”; para que os brasileiros possam homenagear um autêntico herói nacional, João Cândido, com um monumento, sem que surjam energúmenos prometendo “voltar a explodir tudo se isso apontar para o Colégio Naval”; para que a nossa Força Aérea, que nos deu tanto orgulho na Itália, com seus valentes pilotos de caça, não atire pessoas, como se fossem sacos de lixo, no mar; para que um pai, ao se recusar a cumprir a ordem de manter o caixão lacrado, não se depare com o corpo destruído do filho, jogado lá dentro feito um animal; para que militares honrados não sintam “constrangimento” na busca de Justiça.
Para que cavalos ( aqueles de quatro patas, montados por outros) não pisoteiem um garoto com a camisa pegando fogo por estilhaço de bomba, na Lapa; para que torturadores não recebam como “prêmio” cargos em embaixada no exterior; para que uma estudante não desmaie num consultório médico ao falar sobre as queimaduras do pai, feitas com tocha de acetileno; para que esquartejadores não substituam Tiradentes por Silvério dos Reis; para que inúmeros Pilatos ainda trambicando naquela casa de tolerância do Planalto vejam que suas mãos continuam cheias de sangue e excremento; para que nunca mais na vida de um jovem idealista -o queixo firme , olhos faiscantes de revolta, com a expressão da minha Suburbana no 3X4 que guardo na carteira - seja ceifada por encapuzados. Uma delas, quem sabe?, pode chegar a Presidência da Republica e enquadrar a récua de canalhas.
ALDIR BLANC