Diário do escritor que não fui 22 de julho
Domingo. Descemos para
caminhar. Triste imagem: uma família inteira, incluindo as criancinhas de colo,
revirando uma lixeira para encontrar algo para comer. As crianças ficavam felizes
porque acharam para elas alguns pedaços de mamão que dava para aproveitar.
Essas cenas voltaram a acontecer em nossa cidade e em nosso país. Pita comenta
que há muito tempo não via algo assim. Nós dois lastimamos e lembramos de
outros dramas e tragédias que estão voltando a acontecer.
À noite, vimos um documentário
impressionante chamado “Humano”. Relatos fortes e belas imagens. Mas isso são
apenas adjetivos que não conseguem revelar toda a densidade da vida daqueles
personagens que na verdade somos nós, a humanidade. Alguns de nós, que já
sonhamos tanto, com um mundo mais pacífico e mais justo, experimentamos
estranhas sensações e um estado de perplexidade, diante desses quadros com que
nos deparamos em nosso país e no mundo.
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