Diário do escritor que não fui 24 e 25 de julho


24 de julho
Manhã de exercícios e trabalhos em casa. Mas havia um compromisso para o final da tarde. Iríamos à casa do poeta e tradutor Leonardo Fróes e da sua esposa Regina. Tínhamos a incumbência de levar para ele um livro de um outro amigo poeta, o Sylvio Adalberto, e também precisávamos, eu e Pita, conversar com o Leonardo sobre a leitura pública que faríamos de um dos seus livros (Quatorze Quadros Redondos). Para mim, entrar na casa de um escritor tem algo de sagrado. E a figura do amigo admirável também tem um significado todo especial.
Leonardo completa neste ano de 2018, cinquenta anos de poesia, uma vez que seu primeiro livro, “Língua Franca”, foi publicado em 1968. E é sempre muito bom revê-lo e reencontrar a amiga Regina. Já trabalhamos na mesma escola, alguns anos atrás. Ela lecionando (não gosto muito dessa palavra) inglês e eu, Língua Portuguesa e Literatura. Ambos são pessoas suaves e nos receberam muito bem, mais uma vez. De repente a conversa na salaentrou no tema das plantas e da natureza. Pita falou algo sobre orquídeas e Regina nos convidou para apreciar suas orquídeas. E assim lá fomos nós. Adoro casas em que vejo estantes de livros por todos os cômodos e essa era uma delas. Depois conversamos bastante saboreando um vinho e alguns petiscos. Momento de luz e de paz, apesar das nossas críticas aos tempos injustos em que vivemos.
A literatura de Leonardo é muito especial. O que ele faz com a linguagem, explodindo-a, torna-se um convite ao voo, à libertação e à imaginação criadora.
25 de julho
Hoje descubro que este é o dia do escritor! No facebook faço minhas postagens e homenagens. Descubro uma tese de doutorado sobre a poesia de Leonardo Fróes, salvo em meu computador e começo a lê-la.
Houve uma ida ao centro da cidade. Algumas compras. Em casa, preparação de almoço, recolher as roupas no varal. Almoçar e tentar continuar o trabalho de leitura e escrita.
Agora, noite! Li um pouco das revistas que ganhei ontem do L.F. e da Regina. Boas revistas de Literatura. Prazer de ler. Prazer também ao ler o livro dele “Sibilitz”, um outro presente que ganhamos ontem. Um livro instigante! Descubro que ele deu um nome a uma de suas personagens exatamente como eu batizei uma personagem de uma peça que escrevi: Ecila. Um anagrama de Alice.

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