Diário do escritor que não fui - 30 de novembro de 2018

E foi-se novembro! Um ano triste, quase trágico. Há 5 meses não recebemos pelo nosso trabalho de teatro. As turmas que chegam agora para o ensino médio estão assustadoramente infantilizadas. Sem conhecimentos básicos, e o pior, não têm nenhuma vontade de aprender. O país escolheu uma figura patética para ser o presidente. E fez sua campanha toda calcada em afirmações e promessas fascistas. Uma campanha de ódio. Os ministros que ele está indicando para o seu "governo" configuram um quadro decepcionante. É lamentável ver o que se delineia para os próximos anos. Mais um governador do Estado do Rio foi preso esta semana. O anterior já estava preso. E aqui em nossa cidade o quadro é de um total abandono e descaso. A incompetência impera.
Há dois dias atrás fomos à festa em comemoração aos 80 anos de Leonardo Boff. Lá foi um oásis, nesse deserto de ignorância e insensatez em que vivemos. Leonardo, o mestre, é um farol nessas trevas, e muitas pessoas que compareceram para abraçar o querido e venerado amigo também eram pessoas especiais. Os sorrisos e abraços de encontros e reencontros reacendiam brilhos de esperança. Havia ali uma doce e fraterna cumplicidade. Apesar de tudo ainda existe um outro país que sonha pavimentar outras estradas, outros caminhos que nos levariam para um destino mais justo. Fica aqui o abraço a todos que lá estavam e que por algum motivo não consegui abraçar. Fica aqui o compromisso de uma outra construção. Longe da irracionalidade e nas trilhas da generosidade e da inteligência. Sob a inspiração dos 80 anos da sabedoria do mestre Leonardo.
Bem, após essa pequena crônica dos dias sombrios é bom retomar as páginas do  "diário do escritor que não fui".

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