Diário do escritor que não fui - 5 de novembro - dia da Cultura Brasileira

Uma chuva fina ainda continua pelo início da tarde de segunda-feira. Hoje, dia da Cultura Brasileira, algumas pessoas promovem eventos chamando-os de resistência. Muito mais do que resistir, a nossa cultura é questão de sobrevivência. É a nossa respiração, o compasso de nosso batimento cardíaco. Nas redes sociais eu publico um PoeManifesto que fiz, após minha conversa de sexta-feira com o professor Luiz Gonzaga. Aqui vou colocá-lo em homenagem ao amigo inspirador e ao dia em que comemoramos a nossa cultura.

PoeManifesto: Muito além da Casa-Grande
(Para Luiz Gonzaga Souza Lima)
Ouço um batuque
ribombando ao longe
um apito
um riso
um tamborim
e um pandeiro.
E das nuvens
que se dissipam
em luzes
levantando
sacudindo a poeira
dando a volta por cima por baixo por todos os lados
em rodas danças sapateados
vejo minha gente brasileira
solta leve lépida e brincante
tomando as canoas os rios e as ruas
gargalhando coreografias
entoando loas
aos santos orixás
quimbundos bantos
aos plurais e aos tantos
deste tanto
de que nos formamos.
Desenhando requebros
e remelexos.
Repartindo cafunés abraços beijos
Mestres-sala dos mares
porta-bandeiras nos ares
no asfalto
no encanto do encontro
de cores que se misturam
de vozes que se harmonizam
no Carnaval da Vida
na Avenida do Sonho.
Nas cavalhadas
cirandas
nas serestas e menestréis
no desafio dos violeiros
no mamulengo e nos cordéis.
E amanhecem maracatus
e fervem os frevos
e jogam os Jongos
nos chorinhos no samba
no Axé do afoxé
no barro no terreiro
nas pernas e corpos
de nossos guerreiros
capoeirando pelas capoeiras
correndo pelas matas
na nudez das clareiras.
VIVA NOSSO POVO
NOSSA GENTE
VIVA A CULTURA BRASILEIRA!!!

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