OS PERSONAGENS DA CASA (Fonte: Ditacasa)

Os personagens

Aqui, você fica conhecendo os principais envolvidos na matéria de Lúcia Romeu, A CASA DOS HORRORES, publicada na ISTOÉ de 1982.

INÊS ETIENNE ROMEU

Inês é mineira, nascida em Pouso Alegre, no sul de Minas Gerais. Estudou História, e trabalhou por algum tempo como bancária no Banco de Minas Gerais.Foi militante política, com atuação no Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e no movimento estudantil dos anos 60. Inês pertenceu às organizações Política Operária e Vanguarda popular Revolucionária (VPR). Assim como a maioria dos jovens militantes, Inês ingressou na luta contra a ditadura militar instaurada no país em 64.

Em 1971 foi presa em São Paulo, onde foi torturada pelo delegado Fleury e, depois, transferida para o Rio de Janeiro, onde sofreu os mais bárbaros suplícios. Em 1972, foi condenada a prisão perpétua; permaneceu na penitenciária de Bangu até 1979.

Dois anos depois, com o apoio de entidades como a OAB e a ABI e de familiares de desaparecidos políticos, denunciou o cárcere privado onde esteve seqüestrada – a sinistra casa de torturas, em Petrópolis – relacionando as pessoas que lá estiveram e que, desde então, constam como desaparecidas. Inês denunciou a participação, nas infernais sessões de tortura, do médico Amílcar Lobo, cujo papel infamou, mundo afora, a classe médica brasileira e cujo registro profissional foi cassado pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro.

LÚCIA ROMEU

Lúcia nasceu em 1947, em Lavras, Minas Gerais. Jornalista profissional, veio para o Rio de Janeiro em 1969. Trabalhou como revisora na Apec Editora e na Enciclopédia Britânica. Foi redatora do Departamento de Pesquisa do Jornal do Brasil, da Exped Editorial, da revista Pais & Filhos (Bloch Editores), das editorias de Economia, Rio e Nacional de O Globo. Foi também editora da Agência O Globo e subeditora Internacional da TV Manchete. Há 15 anos, trabalha como assessora de imprensa, tendo exercido a função em diversos órgãos públicos do Rio de Janeiro. Atualmente, é consultora de Comunicação Social da Ademi-RJ (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário). Em 1981, conquistou o Prêmio Vladimir Herzog com as reportagens “A casa dos horrores” e “A torturada fala com o médico da tortura”, publicadas na revista IstoÉ.

Jornalista, e irmã de Inês, teve um motivo a mais para escrever a reportagem sobre a CASA DE TORTURAS em Petrópolis: ao saber dos desgastes e das maldades enfrentadas pela irmã, Lúcia investigou o caso profundamente.

AMÍLCAR LOBO

Médico e psicanalista, Lobo é acusado por Inês de ter participado das torturas que ocorreram na Casa de Petrópolis, durante o período em que ela foi mantida em cárcere.

Em 1981, ainda sob o governo militar de João Figueiredo, alguns jornais cariocas publicaram depoimentos de ex-presos políticos apontando terem sido “atendidos” por Lobo quando detidos no DOI-CODI/RJ. Somente em 1986, já no período da “Nova República”, o caso Lobo voltou às manchetes dos jornais. Psicanalistas e médicos de várias áreas levaram à Assembléia presos torturados por Lobo, nos anos de 70 a 74. A psicanalista Helena Besserman Vianna arriscou a vida ao denunciar o médico.

No ano de 1986, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ) – não mais sob intervenção federal – abriu processo ético contra Lobo. Em 1988 e 1989, respectivamente, este Conselho profissional e o Federal cassaram seu registro de médico − fato inédito e pioneiro em países que passaram por recentes ditaduras e que tiveram médicos assessorando torturas a opositores políticos.

Lobo lançou um livro de memórias (A Hora do Lobo, a hora do Carneiro – Ed. Vozes), em 1989.

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